quinta-feira, julho 26, 2012

Mais duas pérolas que despontam no Olival


Kelvin e Atsu dão nas vistas e lutam por um lugar na equipa principal dos dragões


A pré-temporada 2012/2013 está já na recta final e, como tal, e os clubes começam a realizar os habituais ajustes em torno dos 24 ou 25 jogadores que constituem os seus plantéis.
Entre saídas e entradas, existem sempre jogadores que, dadas as escassas oportunidades que têm ao longo da época, aproveitam estes momentos para se mostrarem e darem nas vistas. É o que tem acontecido este ano no FC Porto.
Depois de Ivanildo, Vieirinha, Candeias, Bruno Gama, Hélder Barbosa, Ukra e Diogo Viana, eis que despontam no Olival mais dois jovens extremos de grande qualidade - Kelvin e Atsu.
Dotados de um recorte técnico bastante refinado, conjugado com uma grande velocidade de execução, estes dois jovens, que na última época estiveram emprestados ao Rio Ave, estão a protagonizar as duas maiores surpresas da pré-época azul e branca. Depois de alguns bons apontamentos em jogos anteriores, na partida de ontem frente ao Santa Clara ambos puseram em campo todo o seu talento e construíram a vitória portista. Com pormenores técnicos deliciosos, mudanças de velocidade a baralhar os defesas e grande eficácia no um para um, Kelvin terminou o jogo com duas assistências (uma delas para Atsu), enquanto o seu companheiro do lado oposto contribuiu com um golo e uma grande exibição.
Se para muitos a sua qualidade já não é novidade, para outros estas últimas prestações têm vindo a alimentar a questão em torno da sua inclusão na equipa principal para a próxima temporada.
No entanto, dada a qualidade do plantel portista, o mais provável é que ambos voltem a rodar noutra equipa de forma a poderem jogar com regularidade.
Ora, depois do já referido leque de extremos da “cantera” em que o FC Porto não apostou, prevê-se que, mesmo mostrando qualidade suficiente para se manterem no plantel, ambos entrem nesta esfera de empréstimos até serem cedidos a título definitivo a equipas menores e por verbas abaixo do seu potencial.
                A confirmar-se este cenário, serão certamente mais duas grandes perdas não só a nível futebolístico, como também monetário pois, tendo em conta o seu potencial, os dragões poderiam vir no futuro a realizar encaixes significativos com estas duas pérolas da sua formação. 

sexta-feira, julho 13, 2012

O mercado dos três "grandes"

FC Porto, Benfica e Sporting vão moldando os seus plantéis


Como tem sido verificado ao longo da história, nos anos em que são disputadas grandes competições de selecções - Europeus ou Mundiais - o mercado de transferências é um pouco retardado.
Se por um lado os clubes vendedores aguardam pelo fim das provas internacionais na expectativa que os seus jogadores se valorizem ainda mais e, com isso, possam aumentar o seu valor de mercado, por outro, os clubes compradores, veem este tipo de provas como montras que podem revelar várias surpresas e fazer despontar jogadores menos conhecidos.
Em Portugal, os três "grandes" só agora começam a moldar verdadeiramente os seus plantéis, ao passo que as restantes equipas se apresentam um pouco mais adiantadas neste capítulo.
Depois de várias contratações para as equipas B, FC Porto, Benfica e Sporting centram-se agora na equipa principal e tentam montar o puzzle para atacarem a nova época.
No campeão nacional FC Porto apenas foram contratados dois jogadores - o guarda-redes ex-Olhanense Fabiano e o ponta de lança Jackson Martínez que foi contratado ao Jaguares por 8,8 milhões de euros. Depois das saídas de Guarín e de Cristian Rodriguez, os azuis e brancos viram também regressar Mikel Ogu, Pedro Moreira, Abdoulaye, Kelvin, Sereno, Atsu, Castro, Addy, Miguel Lopes e David Bruno que estiveram emprestados na última época.  
Já o Benfica foi até ao momento, e como é hábito, quem mais se reforçou. Para além dos regressos de Yartey, Carole, Sídnei, Roderick, Carlos Martins, Urreta, Enzo Pérez, Mora, Kardec e Melgarejo, os encarnados contrataram ainda o lateral esquerdo Luisinho (ex-Paços de Ferreira), os extremos Djaniny (ex-U.Leiria) e Ola John (ex-Twente) e os avançados Derlis González (ex-Rubio Ñu), Michel (ex-Paços de Ferreira). A custo zero chegaram ainda o guarda-redes Paulo Lopes (ex-Feirense) e o avançado Hugo Vieira (ex-Gil Vicente).
Também nas saídas o Benfica lidera o pódio dos três grandes. Dez jogadores abandonaram a Luz sendo eles Eduardo, Oblak, Emerson, Capdevila, Wass, Fellipe Bastos, Aírton, Felipe Menezes, Jara e Éder Luis.
Por seu lado, o Sporting conta já com duas contratações de peso. O médio ofensivo Zakaria Labyad chegou proveniente do PSV, enquanto o médio defensivo Gelson Fernandez trocou o Saint-Étienne pelos leões. Relativamente os regressos, três jóias da coroa da Academia, que se mostraram em grande evidência na última época, também já trabalham às ordens de Sá Pinto. São eles Cédric Soares e Adrien Silva, que foram dois dos destaques da Académica na temporada transacta, e Wilson Eduardo que teve um alto rendimento no Olhanense. Além destes, Vítor Golas, Eric Dier, Zezinho e Turan também voltaram dispostos a mostrar-se ao treinador leonino.
Ao contrário do que tem vindo a suceder nos últimos anos, nenhum dos três "grandes" viu sair nenhum dos seus indiscutíveis. Neste capítulo, os portistas Hulk e Moutinho e os benfiquistas Witsel e Gaitán parecem estar na lista da frente da cobiça dos tubarões europeus.
A cerca de um mês e meio do fim do período de transferências é provável que muita tinta corra e que estes três plantéis sofram várias alterações.

sábado, julho 07, 2012

Prestação portuguesa no Euro 2012 à lupa

Passado, presente e futuro da equipa de todos nós


Uma semana depois do final do Euro 2012, é possível olhar mais a "frio" para a prestação da Selecção Nacional e fazer uma análise mais concreta e reflexiva daquilo que foi o rendimento dos craques lusos.
Depois de um início de apuramento desastroso que quase pôs em risco a participação portuguesa na fase final, Paulo Bento chegou e conseguiu equilibrar a equipa levando-a ao segundo lugar do grupo e consequente play-off. Aí, Portugal não facilitou e ultrapassou a Bósnia, sendo a última equipa a qualificar-se para o Euro 2012.





No entanto, esta recuperação não foi suficiente e foi ainda em Óbidos, no estágio de preparação antes da partida para a Polónia, que começaram a chover as críticas. Jogadores e seleccionador foram ainda mais postos em causa depois da derrota no jogo inaugural frente à Alemanha.
A verdade é que, apesar da derrota, a equipa das quinas teve uma boa exibição e só saiu derrotada face à falta de eficácia demonstrada no momento da finalização. Contudo, este mau resultado conjugado com a avalanche de críticas que ia chegando a terras de leste não poderiam ter melhor consequência. A Selecção fechou-se entre si, uniu-se e no segundo jogo frente à Dinamarca deu a primeira resposta. Vitória por 3-2!
Neste período, os críticos deixaram o colectivo de parte e viraram-se para o capitão. Cristiano Ronaldo foi alvo de todas as críticas e de todo o tipo de acusações e exigência. E o que aconteceu? CR7 respondeu à sua imagem... No jogo decisivo frente à Holanda o capitão calou tudo e todos e demonstrou ser actualmente o melhor do mundo. Levou a equipa para a frente, marcou os dois golos da vitória, acertou nos postes duas vezes e ofereceu mais golos que Nani e Coentrão desperdiçaram.
Com isto, os comandados de Paulo Bento surpreenderam e contra aquilo que era esperado pela maioria dos portugueses, rubricaram a passagem aos quartos-de-final.
Aqui, mais do mesmo...Mais uma exibição acima da média e mais um golo decisivo de Ronaldo. As meias-finais era uma realidade e a Espanha seria o próximo adversário.




Se no início da competição Portugal era para muitos um outsider, nesta fase o sonho era alimentado e a cotação portuguesa subiu até ao patamar de um dos favoritos à vitória final.
Durante os 90 minutos, Portugal não só conseguiu anular a Espanha, como também podia ter marcado. Isso não aconteceu nem na tempo regulamentar nem no prolongamento e a decisão adiou-se para a lotaria dos penaltis. Rui Patrício ainda fez sonhar os portugueses ao parar o remate de Xabi Alonso, mas depois Moutinho e Bruno Alves falharam e deitaram por terra as aspirações lusitanas. Azar para Portugal, num momento em que dispunha de uma grande oportunidade para voltar à final de um Europeu. No final, as palavras de Cristiano Ronaldo transmitiam o sentimento de todo o país..."Injustiça".
Ora, perante tudo isto, será que o orgulho e a felicidade por termos chegado onde chegámos quando ninguém (ou muito pouca gente o esperava) o esperava, não serão os sentimentos que devemos ter?!
Vejamos, é verdade que temos uma grande equipa, muitos craques que actuam nas melhores equipas do mundo e a estrela maior do universo que é o futebol, Cristiano Ronaldo. No entanto, não temos muitas escolhas, não somos um país de grande abundância de jogadores seleccionáveis e as alternativas aos 14 ou 15 chamados "intocáveis" não são muitas.



Assim, o mérito de Paulo Bento é inquestionável pois conseguiu construir uma grande equipa, retirar o melhor de cada jogador, despertar a confiança de cada um mesmo quando a situação não era favorável e, principalmente, manter o grupo unido fortalecendo o espírito de grupo.
O futuro não se prevê fácil, os jovens jogadores parecem não despontar e a Selecção pode vir a passar por um período complicado. A tarefa de inverter esta tendência pertence aos clubes. A necessidade de apostar na formação e dar oportunidades aos jovens valores é imperativa. Só assim se poderá renovar a Selecção Nacional e permitir que o país possa, nos próximos tempos, viver emoções como as que viveu neste Euro 2012. 

segunda-feira, julho 02, 2012

Super Espanha reapareceu na final


La Roja venceu a Itália por 4-0 e já é bi-campeã europeia



A Espanha escreveu ontem mais um capítulo na história que promete prevalecer imortal nos livros do futebol, ao tornar-se a primeira selecção a conseguir vencer três títulos consecutivos, conjugando dois Europeus (2008 e 2012) com um Mundial (2010).
Ao bater a Itália por 4-0 na final de Kiev, a equipa de Vincent del Bosque conseguiu também assinar a vitória mais desnivelada numa final de Europeus e Mundiais.
Dissipando todas as dúvidas, o seleccionador espanhol decidiu apresentar a opção mais válida no ataque e aquela que melhor tem funcionado, Fábregas em detrimento de Torres.
Depois das prestações frente à Inglaterra e à Alemanha, ainda se pensou que a turma de Prandelli pudesse travar o carrossel espanhol, mas esta ideia não passou de uma ilusão, pois a Itália não conseguiu delinear uma estratégia eficaz. Embora pareça tendencioso, a verdade é que a Squadra Azurra não conseguiu fazer o que Portugal fez nas meias-finais, ou seja, pressionar alto, tapar linhas de passe, aproximar os sectores para não haver espaços entre linhas e subir a linha defensiva de modo a afastar o mais possível os espanhóis da sua baliza.
Ora, não o conseguindo, a Espanha sentiu-se confortável e, como se diz na gíria, quase pôde “jogar de cadeirinha”. Com um Xavi a ter uma preponderância como ainda não se tinha visto neste Europeu, La Roja assentou o seu jogo e o médio do Barcelona voltou a comandar a manobra da equipa, sendo ele o primeiro a assustar Buffon, mas o remate saiu por cima.
Aos 14 minutos, depois de mais uma sucessão de passes liderada por Xavi, Fábregas ganhou a linha de fundo a Chiellini, cruzou atrasado para David Silva, de cabeça, fazer o golo inaugural já com Buffon fora do lance.
Em desvantagem, a Itália estava obrigada a correr mais à procura da bola. No entanto, com Pirlo como vértice mais recuado encostado aos centrais, a equipa perdia o elo de ligação com o ataque e as saídas rápidas que tantos problemas causaram a ingleses e alemães, ficavam assim anuladas.
A juntar à desvantagem, ao desacerto e à falta de soluções para mudar o rumo do jogo, o azar bateu à porta de Chiellini que teve uma lesão muscular aos 21 minutos e obrigou Prandelli a queimar a primeira substituição, lançando Balzaretti.
A superioridade da Espanha era evidente e, aos 41 minutos, Jordi Alba combinou com Xavi ainda atrás do seu meio-campo, sprintou mais de 40 metros, o médio do Barcelona devolveu-lhe a bola com um passe magistral que o colocou na cara de Buffon e o lateral esquerdo elevou a contagem para 2-0.
Ao intervalo, Di Natale entrou para o lugar de Cassano e, mais tarde Thiago Motta substituiu Montolivo mas a tendência manteve-se. E como um azar nunca vem só, oito minutos depois de ter entrado, Thiago Motta lesionou-se e deixou a sua equipa a jogar com dez na última meia hora.
Se a reviravolta já parecia uma miragem, com menos um homem em campo, a Itália limitou-se a esperar pelo fim da partida.
Já a Espanha aproveitou para aumentar ainda mais a percentagem de posse de bola, impondo o tiki-taka, e consumou a sua vitória nos minutos finais com mais dois golos.
Nove minutos depois de ter entrado, Torres assinou o 3-0 e tornou-se o melhor marcador da competição, com 3 golos. Com menos minutos jogados que todos os outros adversários com igual número de tentos, o avançado espanhol alcançou o prémio, ao mesmo tempo que se tornou o primeiro jogador a marcar em duas finais.
Aos 88 minutos, ainda houve tempo para uma combinação blue, Torres assistiu e Mata encostou para o 4-0 final. Mais um marco histórico para estes dois jogadores do Chelsea que conseguiram juntar a Liga dos Campeões e o Europeu de seleções no mesmo ano.
Ora, como este acabou por ser um jogo recheado de recordes, também Vincent del Bosque assinou este capítulo, tornando-se o primeiro treinador a juntar no seu currículo Liga dos Campeões, Mundial e Europeu.
 Também o árbitro português Pedro Proença, que se tornou o primeiro árbitro a apitar a final de Liga dos Campeões e a final do Europeu no mesmo ano, teve uma boa prestação, dignificando o futebol português.