sábado, julho 07, 2012

Prestação portuguesa no Euro 2012 à lupa

Passado, presente e futuro da equipa de todos nós


Uma semana depois do final do Euro 2012, é possível olhar mais a "frio" para a prestação da Selecção Nacional e fazer uma análise mais concreta e reflexiva daquilo que foi o rendimento dos craques lusos.
Depois de um início de apuramento desastroso que quase pôs em risco a participação portuguesa na fase final, Paulo Bento chegou e conseguiu equilibrar a equipa levando-a ao segundo lugar do grupo e consequente play-off. Aí, Portugal não facilitou e ultrapassou a Bósnia, sendo a última equipa a qualificar-se para o Euro 2012.





No entanto, esta recuperação não foi suficiente e foi ainda em Óbidos, no estágio de preparação antes da partida para a Polónia, que começaram a chover as críticas. Jogadores e seleccionador foram ainda mais postos em causa depois da derrota no jogo inaugural frente à Alemanha.
A verdade é que, apesar da derrota, a equipa das quinas teve uma boa exibição e só saiu derrotada face à falta de eficácia demonstrada no momento da finalização. Contudo, este mau resultado conjugado com a avalanche de críticas que ia chegando a terras de leste não poderiam ter melhor consequência. A Selecção fechou-se entre si, uniu-se e no segundo jogo frente à Dinamarca deu a primeira resposta. Vitória por 3-2!
Neste período, os críticos deixaram o colectivo de parte e viraram-se para o capitão. Cristiano Ronaldo foi alvo de todas as críticas e de todo o tipo de acusações e exigência. E o que aconteceu? CR7 respondeu à sua imagem... No jogo decisivo frente à Holanda o capitão calou tudo e todos e demonstrou ser actualmente o melhor do mundo. Levou a equipa para a frente, marcou os dois golos da vitória, acertou nos postes duas vezes e ofereceu mais golos que Nani e Coentrão desperdiçaram.
Com isto, os comandados de Paulo Bento surpreenderam e contra aquilo que era esperado pela maioria dos portugueses, rubricaram a passagem aos quartos-de-final.
Aqui, mais do mesmo...Mais uma exibição acima da média e mais um golo decisivo de Ronaldo. As meias-finais era uma realidade e a Espanha seria o próximo adversário.




Se no início da competição Portugal era para muitos um outsider, nesta fase o sonho era alimentado e a cotação portuguesa subiu até ao patamar de um dos favoritos à vitória final.
Durante os 90 minutos, Portugal não só conseguiu anular a Espanha, como também podia ter marcado. Isso não aconteceu nem na tempo regulamentar nem no prolongamento e a decisão adiou-se para a lotaria dos penaltis. Rui Patrício ainda fez sonhar os portugueses ao parar o remate de Xabi Alonso, mas depois Moutinho e Bruno Alves falharam e deitaram por terra as aspirações lusitanas. Azar para Portugal, num momento em que dispunha de uma grande oportunidade para voltar à final de um Europeu. No final, as palavras de Cristiano Ronaldo transmitiam o sentimento de todo o país..."Injustiça".
Ora, perante tudo isto, será que o orgulho e a felicidade por termos chegado onde chegámos quando ninguém (ou muito pouca gente o esperava) o esperava, não serão os sentimentos que devemos ter?!
Vejamos, é verdade que temos uma grande equipa, muitos craques que actuam nas melhores equipas do mundo e a estrela maior do universo que é o futebol, Cristiano Ronaldo. No entanto, não temos muitas escolhas, não somos um país de grande abundância de jogadores seleccionáveis e as alternativas aos 14 ou 15 chamados "intocáveis" não são muitas.



Assim, o mérito de Paulo Bento é inquestionável pois conseguiu construir uma grande equipa, retirar o melhor de cada jogador, despertar a confiança de cada um mesmo quando a situação não era favorável e, principalmente, manter o grupo unido fortalecendo o espírito de grupo.
O futuro não se prevê fácil, os jovens jogadores parecem não despontar e a Selecção pode vir a passar por um período complicado. A tarefa de inverter esta tendência pertence aos clubes. A necessidade de apostar na formação e dar oportunidades aos jovens valores é imperativa. Só assim se poderá renovar a Selecção Nacional e permitir que o país possa, nos próximos tempos, viver emoções como as que viveu neste Euro 2012. 

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